segunda-feira, 21 de setembro de 2009

quase parando


Janelas abertas, fumaça ao ar
Porta para abrir a mente e o corpo
Alma, os passos à vida
Ações que ficam pairando no ar
Quase parando no tempo, congelando.
Ações qua-se pa-ran-do no tempo, congelando.
Ações qua-se paran-do.
Um corpo que baila
A carne que baila dentro da pele
Sob a pele tudo pulsa
Mãos e pés distônicos
Vozes dissonantes; quase pa-ran-do
Seca aqui.
Mil leitos de rios inundam e transbordam externos à mim
Agora, horizontalmente
Sob forças alheias um corpo em forma de concha, flama como uma bandeira.
Perpassa-se, vulnerável ao vento que lhe chega.
Um corpo que flama e inflama
Parece que queima poro a poro
ERUPÇÕES!
Fruto do veneno das infinitas formigas que passeiam pelo meu corpo.
Chegam-me pelo pé, percorrem cada fio do meu cabelo
E vão deixando seu veneno entranhado em minha carne e pele
Corpos expostos ao veneno
Sensações paralisadas
Sensações quase pa-ran-do
Parece-me que meu próprio corpo quer me contrariar
A alma quer sair de mim.
Chego a pensar que corpo e alma travam uma disputa por espaço.
Mente desacelerada. Assim como as ações.
Tudo quase parando.
A visão funciona agora como uma câmera
Que tem seus pixels diminuídos de 5 para 1.
Como se estivesse numa cena de Wong Kar-Wai;
Cores vibrantes e câmera lenta em mim.
Olhos pesados, sensações sensoriais maximizadas.
Bate-me a porta a evolução:
E a mente abre as portas.


Escrito por alguém que estava quase parando.






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