quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz dia da confraternização universal




Feliz ano novo
no breque, na brahma
no lar ou na lama
com cana ou champanhe
no mar, na macumba
no rumo ou na rumba
nas noites cariocas...
feliz ano novo
no corpo, nas docas
os ratos nas tocas
comprando os navios
no sarro ou no cio
no lado sombrio
no fio da navalha
feliz ano novo
cantando ou calada no blue
na balada com a boca na trombeta
no grito, na greta, no gol
na mutreta atrás de gente fina...
feliz ano novo
no sono ou na sina
no chão, na chacina
nos casos de polícia
na velha ferida
no pé, na partida
no ronco da cuíca
feliz ano novo
na massa ou no muque
no bar, no batuque
nos corações vadios
com festa ou sem festa
na luta indigesta
nos fogos de artifício
feliz ano novo
cantando ou calada no blue
na balada com a boca na trombeta
no grito, na greta, no gol
na mutreta atrás de gente fina...

Feliz Ano Novo, Egberto Gismonti



Feliz ano novo.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Voces inocentes - Cenas preferidas

O filme é repleto de belas cenas.
Que são compostas por uma fotografia lindíssima, uma triha sonora mais linda ainda,
uma paisagem não menos adequada e atores exatamente enquadrados aos personagens.

Cena preferida 1.

Numa mesa na casa de Chava, conversam, Kella (mãe de chava) e o tio de Chava q agora não lembro o nome (esse tio dele era guerrilheiro socialista). De repente começa um tiroteio entre soldados e camponeses e eles se escondem das balas no chão.
tds deseperados até q escutam um grito da vizinha. O tio de Chava vai lá para ver o que houve e chava vai atrás dele. Chegando lá, encontram Virgínia, de 12 anos deitada nos braços da mãe morrendo. O tio de chava pede pra que ele segure um pano no local do tiro para que o sangue pare. Mas não adianta. E a menina morre. Chava fica totalmente consternado.
Os dois voltam (ainda em meio aos tiros) para sua casa junto de Kella e os irmão de chava.
Quando dizem que virginia morreu todos choram e chava ainda em estaod de choque olha para o inatingível deixando que lágrimas lhe escorram na face. Desviando dos tiros o tio de chava pega seu violão e começa a tocar uma música...Kella, pede para que ele pare de tocar essa música.
A música era "Casas de cartón" (Símbolo da guerrilha salvadorenha que havia sido proibida)

A música dizia:
"Que triste, se oye la lluvia
en los techos de carton
que triste vive mi gente
en las casas de carton.
Viene bajando el obrero
casi arrastrando sus pasos
por el peso del sufrir
mira que es mucho el sufrir
mira que pesa el sufrir
Arriba deja la mujer preñada
abajo esta la ciudad
y se pierde en su maraña
hoy es lo mismo que ayer
es un mundo sin mañana.
Que triste, se oye la lluvia
en los techos de carton
que triste vive mi gente
en las casas de carton.
Niños color de mi tierra
con sus mismas cicatrices
millonarios de lombrices y,
por eso que tristes viven los niños
en las casas de carton
Que triste, se oye la lluvia
en los techos de carton
que triste vive mi gente
en las casas de carton.
Usted no lo va a creer
pero hay escuelas de perros
y les dan educacion
pa`que no muerdan los diarios
pero el patron
hace años muchos años
que esta mordiendo al obrero
Que triste, se oye la lluvia
en los techos de carton
que lejos, pasa una esperanza
en las casas de carton."

...

Kella acalanta Ricardinho de 4 anos nos braços, ele já não chorava mais.
Chava e o tio deitam no chão, e cantando, olham através de um buraco no telhado da casa, a chuva que impiedosamente cai nos tetos de papelão e se misturam às lágrimas que caem dos rostos de todos naquele momento.
Os tiros continuam.

-
Essa cena sem a chuva não seria a mesma. Ainda que houvesse uma orquestra executando a música.

Voces inocentes - 2004 - Mex.

Voces Inocentes - 2004 - (México).
Diretor: Luis Mandoki

Anos 80, El Salvador.
chava, um garoto de 11 anos vê seu pai sair de casa deixando sua mãe sozinha para cuidar de 3 filhosem meio a uma guerra civil entre governo e camponeses,em torno da reforma agrária que durou 12 anos.

A família de chava, (assim como as outras) vivia em "casas de cartón", como diz a música tema dofilme, "casas de cartón" cantada às escondidas pelo tio de Chava, o qual era guerrilheiro, e tocada também na rádio "Venceremos"(Essa música foi o símbolo da guerrilha salvadorenha e foi proibida de ser executada).
A comunidade era como pode-se imaginar muito pobre e muito pouco tinha para sobreviver.Chava se viu obrigado a ajudar sua mãe, arrumando um emprego.
O garoto vive entre o "emprego", a escola, sua casa e os momentos de diversão com seus amigos.Em meio à essa vida ele tem que saber lhe dar com a miséria, a violência constante, tiros

todo o tempo e como medo.
O exército (os EUA enviaram mais de 1 milhão de dólares em ajuda militar, além de militares para aprimorar o treinamento do exército salvadorenho e de suas crianças) recrutava meninos quando os mesmos completavam 12 anos.Chegavam nas escolas e dali mesmo já levavam para o treinamento, muitas vezes aos chorosos meninos iam.

Um dia Chava viu seu amigo ser levado da escola por soldados, e ele tinha apenas 10 anos.
Chava via o padre ser maltratado pelos soldados quando tentava fazer alguma coisa por quem precisava.

Chava via meninas serem levadas aos soldados para serem "mortas".
Chava via balas deslizarem ao seu lado ao mesmo instante que ouvia os gritosde desepero de seu irmão de 4 anos quando se escondiam das balas debaixo da cama.
Chava viu sua vizinha de 12 anos morrer nos seus braços sem poder fazer nada,apenas ficou lá, inerte vendo a menina definhar pouco a pouco sob os lamentos incontestáveis de sua mãe o sangue que lhe brotava na pele.
Chava viu Cristina Maria e se apaixonou.
Chava viu balões coloridos dispersos no ar, ao lado de Cristina Maria numa noite sem tiros.
Chava viu o sorriso mais lindo no rosto de Cristina Maria quando fez uma serenata para ela.
Chava viu a casa dela destruída.
Chava viu o lenço dela nos escombros da casa e viu comoera fraco aos chorar, viu o lenço dela ir embora junto com o rádio - que muitas vezes o fez ficar feliz quando ouvia a música "casas de cartón"-.
Viu o lenço e o rádio irem juntos rumo ao desconhecido, para longe dele.
Viu sua casa pegando fogo, viu seu amigo de 10 anos com uma arma na mão matando seus outros amigos, viu dois de seus melhores amigos serem mortos ao seu lado por soldados.
Chava viu e contou 230 mil estrelas numa noite com seus amigos nos telhados das "casas de cartón" enquanto se escondia do recrutamento.

No fim, Chava se viu obrigado a fugir para os EUA.
8 anos depois, ele voltou.

A Guerra Civil durou 12 anos, morreram mais de 75 mil pessoas.
Esse filme é baseado foi baseado na infância do roteirista Oscar Torres (Chava),ele dedica o filme aos seus amigos que foram mortos na guerra.

-

Fotografia é linda, sempre aquela coisa meio sombria, obscura pelachuva que tá sempre presente, pra dar mais ainda aquela forte carga emocional.Trilha sonora não tenho muito o que falar... Mas a música "casas de cartón"caiu perfeitamente na cena que ela foi colocada. Perfeitamente mesmo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal - de Selton Mello


Um homem de meia idade na época de natal ( que é mostrada duramente como época de hipocresia, e eu cocordo com isso) faz uma tentativa (frustrada) de
reaproximação com sua "família", e tentar talvez
com isso espantar de vez os fantasmas do seu passado.é um cara que leva a vida meio lá meio cá e que tem uma família totalmente desestruturada;um pai que o odeia, uma mãe depressiva e quase "louca", um irmão q tem um casamento que está aos
pedaços, e dois sobrinhos que crescem de forma inevitável, nesse ambiente ensurdecedor de tão gritante por ajuda.

O filme foi muito esperado por mim, confesso.Mas confesso tambem que foi decepcionante.Esperava tão mais dele...Não que o que eu esperasse fosse um filme de humor, ondeele reproduziria em seus atores os resquícios dos trejeitosdo Chicó, por exemplo. Não, não era isso.Mas depois de ver alguns curtas dele e depois de ver O cheiro do ralo, dava pra esperar bem mais.O tema não foi tão supreendente, e sim a pouca profundidade.Tudo bem que, como ele mesmo disse; "era pra ser um filme forte, carregadode emoções, onde elas deveriam ser escrachadamente mostradas", mas isso ñ quer dizer que também pudesse ter um pouco mais de vigor.

E por falar em vigor, nada foi melhor do que ver Darlene Glória tão vigorosa naquela tela de cinema.Nada melhor pra mim q pouquíssimas vezes tive a oportunidadede vê-la em "cena".Acho que não existia ninguém melhor para tal papel;uma mulher, depressiva, entregue à remédios e ao álcool,que muitas vezes tem espécies de surtos. [A cena que ela dança sozinha no quarto e depois se suja de batom e lápis de olho, se derrama no chão como uma derrotada em profundo êxtase, é de provocar uma comoção espontânea. ]
a atuação da darlene glória (a eterna Geni) remete muitoaos filmes de cassavetes; pele, suor, as melhores expressõese uma realidade visceral e angustiante.Aliás, acho que o Selton bebeu até demais na fonte do Cassavetes.É tudo tão próximo dele...Onde toda a angústia do mundo transborda pela tela,e vc é capaz de até adentrar em todas aquelas cenas onde a câmera parece penetrar na pele dos atores, de tão perto que stá,e seguir a linha nada reta que a mesma faz, deslizando no ir e vir de cada um.
DO jeito que ele mostra todas as dores mais íntimas dos personagens, de uma forma nua e crua, é inevitável não nos remetermos à Cassavetes.

Outra coisa... essa história de "dramas familiares", de famíliasdespedaçadas, destruídas, detonadas, destroçadas já tá um "Tema"um tanto quanto batido" ao meu ver.Mas, é sim, um tema bem interessante de se trabalhar, onde as possibilidades de explorar o msm é indimensional.E por falar nisso, ele poderia ter desenvolvido bem mais a históriae quem sabe até ser menos "cassavetiano".

Esse filme me lembrou muito, de cara, outro;La dernier des foutes - O último dos loucos.Perfeito. Mas esse é outra história...depois falo dele.A mesma temática é desenvolvida em ambos, sendo o segundo bem mais visceral.

No mais, a fotografia é linda.
A trilha também, muito linda.
das cenas mais tensas tiveram outro ar com a trilha do Plínio Profeta.
Arrrasou.
E o elenco tá lindo, repleto de estrelas que brilharam no passado mas que mostraram que ainda estão bem vivas.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

E agora?

E agora? faço o que?
Aqui não tem nada pra fazer.
Não tem pra onde ir.
Tédio da cebola!







terça-feira, 2 de dezembro de 2008

All we need is love



Pode parece demagogia demais dizer que tudo que nós precismos é amor.
Mas no fundo, no fundo, todos nós sabemos que essa é a única saída.
Seja ela demagógica ou não.
Utópica ou não,
é fato.
Precisamos sempre e cada vez mais de afeto.
Afeto para com todo e qualquer ser humano, planta, animal, coisa...
E quando falo "amor/afeto" não quero dizer de homen-mulher não, digo amor à todos e qualquer um.
Então, amen!
Porque sinceramente, eu acredito que tudo que precisamos é amor.
Façam suas partes.
Eu garanto que faço a minha.
Ame muitas coisas, porque em amar está a verdadeira força. Quem ama muito conquistará muito, e o que for feito com amor estará bem feito.
(Vincent Van Gogh)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Aula de Teorometria

H. Armstrong Roberts


São números e letras agrupados e desagrupados. Confundem-me e eu me perco, me encontrando nas letras, nas minhas letras.
São planejamentos, são perspectivas, são dados, são valores, cálculos, médias... tudo desmedidamente despejados na minha cabeça, uma a um me fazem perder essa tal cabeça, que não se sabe mais se é pensante ou não. Se pensa, não quer pensar, pensar de tal modo; impensante.
Agora corro.
(Diálogo paralelo:
- Vai, Copia Raíssa! Você vai se perder no assunto!
- Não, não... já estou perdida!
- Calma, vai. Copia do meu...!
- Esquece! Os números não se encaixam nas minhas linhas...
- Raíssa, acorda pra vida...! )
Corro, corro, mas a hora não corre comigo.
Falta dinamicidade. Não sei em que(m)... Sei que falta.
Falta interesse; (sei em quem). Mas que falte... Eu sempre me perco mesmo.
Pois é... “Teorometria”. Olha o nome da “coisa”!!
Además, não gosto de teorias. Nunca gostei.
Assunto do dia: Séries estatísticas. Nunca gostei...
Não agüento mais... São exemplos, mais exemplos... Contas, números, equações, estimativas, palavras que não me dizem nada, expressões desconhecidas, dados, amplitudes irreais...
Então eu viajo pra Marte. E no fundo, no meu planeta Marte, longe daqui ainda escuto uma voz que diz: “-... essa freqüência pode ser obtida por um processo de interpolação dada pela expressão...”.
Como é? Será que nem aqui me dão sossego?!
(...)
Freqüências? Com que as estrelas cadentes passam por aqui? Deve ser.
Processos? De captação de tais estrelas na retina? Deve ser.
Expressão? Deve ser a minha agora... de felicidade, incompreensível (mas posso fazer-se explicar essa felicidade; acaba de cair uma estrela do meu lado).
A aula continua...
(- Os intervalos de classes...)
(...)
Agora uma piada para encerrar a aula.
Pronto; eis o melhor momento, acabou.

À M/S.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Fadas e Duendes

By Edward Robert Hughes 1908

Ver fadas e duendes eu já vi. Sonhar com eles também. mas quando era criança.

Ontem Sonhei com os mesmos (1 duende e 2 fadas) que via qndo criança.

Se foi sonho ou não, nem sei. Mas, foi lindo.

E essa imagem parece com uma das vezes que vi as mocinhas.

Isso me lembrou o filme o Labirinto do Fauno.

Super-recomendo.

"Conto de fadas, Ofélia?

Você já é crescidinha o bastante para acreditar nisso."


terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ainda é moderno ser moderno? o lance é o brega muito doido, meu povo!

Cher Dresses as the Laundromat Lady 1975
se minha coordenação motora permitissee se eu soubesse tocar algum instrumento
participaria de uam jam só p dizer que faço alguma coisa pela música
além de ouvir algumas vaias tbm
arte pra essa gente é papelão que vem na pizza
entupido de tinta temperatipo trabalho de pré escola

não tá afim de ir no bar fazer pose? beber vinho !
a gente bebe, fuma e discute livros de autores
que só nós conhecemos
podemos fazer comprativos com outros livros anteriores
quem sabe asssitiremos um filme europeu?
tem aquelas ceninhas de arte conceitual
do tipo pessoas olhando e mechendo o café sem falar uma palavra
normalmente essas cenas duram por volta de 4 e 33 min.
[lógicamente sem musica tambem]
depois a gente pode fazer disso um assunto
"ó, aquela cena passa toda a angústia e tristeza da personagem"
depois VEREMOS O DIRETOR DESSE FILME DE CHINELO havaianas
recebendo premio em cannes
lógicamente você achara isso fashion
e ficará impressioanda com a cena de sexo oral de uma atriz que não é atriz porno
(Tales Bernadi)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Threesome Running on the Beach - 1962 De Josef Scaylea



Ser um dia cinza não me faria mais feliz que ser um dia azul.
A beleza está na cor dos olhos de quem vê.
A beleza das cores está na importância que damos à elas.
Gosto de dias cinzas, adoro os azuis.
Mas é nos cinzas que sinto a importância de ser feliz todo dia.
É preciso ser feliz todos os dias; nos cinzas e nos azuis.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Momentos de Perdição I ou Não vá se perder por aí.

Laughing Man Outside de Wolff & Tritschler 1928
Se eu me perco, quando me acho,
é porque não sei bem como funciono.
Como tudo funciona dentro de mim (?).
Será como numa fábrica ?
(Os órgãos como máquinas, que precisam de graxa para funcionar)
Não faço idéia de como cada órgão intergare com
com o outro e muito menos comigo.
Eu nem interago comigo...
Por isso que eu me perco dentro e fora de mim.
Estou perdida...!!
-

"Você é bem grandinho
Já pode se cuidar e
Ir seguindo o seu caminho
Sempre errando até um dia acertar
Mas não tenha muita pressa
Vá tentando devagar
Só não vá se perder por aí..."

Momentos de Perdição II

Nu feminino de Hoppé 1914





Me perder, só por me perder eu não sei se quero.
Me perder pra que eu nunca mais me encontre.
Só me encontre perdida, sem motivos para me achar.
E por ser perdida, te perder.
Apesar de com você eu ter me perdido.
Me perdido pra nunca mais me achar.
Ser para sempre perdida.
Me perder para ( com ) você.
Ou não.
Eu não sei se quero...
Ou não.
"Eis a questão"

"Só não vá se perder, pr aí..."

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Blocos de notas.



Blocos:

Blocos Vazados de Concreto Simples,
Blocos de concreto,
Blocos de gesso,
Blocos de vidro,
Blocos de cimento,
Blocos cerâmicos,
Blocos impermeáveis,
Blocos de AutoCAD,
Blocos de montar.

Blocos Econômicos,
Blocos parlamentares ,
Bloco eleitoral.

Blocos de lego,
Blocos de links,
Blocos de Selos Auto-Adesivos,.

Blocos de carnaval,
Blocos de rua;
Bloco das flores,
Bloco Flor da Lira,
Bloco do Zé Pereira
Bloco Acho é pouco
Frevos-de-bloco
Blocos coloridos.

Monoblocos, multiblocos, poliblocos.
blocos intransponíveis, blocos de emoção.
Todos os blocos aqui; no meu bloco de notas.
Numa anotação.

Bloco de notas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um falso-poema-egoísta


"- Deixe um poema!", disse aquela voz.
e eu pensei: deixem o poema!
Deixe ele preso em mim,
inmterior à mim, escondido em mim.
Onde só há ele.
De mim, pra mim mesma.
Deixe o poema, reprimido, restrito à mim.
que em mim ele faz a festa, me faz em festa.
Deixe minhas palavras guardadas.
Todas:
as bonitas,
as feias,
as fáceis
e as difíceis.
Permitam que sejam minhas.
Que eu às possua e elas à mim.
E sendo pois, possuidoras de mim,
elas se setem no direito de se reservarem à mim.
E me permitem apenas um falso-poema-egoísta.
falso
e
egoísta.
Poema?

además, eu nem sei fazer poema.
Não sei usar as palavras,
não sei bem como fazer
um soneto ou terceto [secretos?]que seja...
não entendo de rimas,
tampouco lembro a métrificação...
nasci poeticamente danificada.
À G/R

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Hold me

Finland by Valerio Adami




Sendo pois, dona do meu tempo, do meu trânsito e do meu sentir, me sinto no direito de guardar na memória cada abraço que dei e os que me deram, (e com esses guardo também o sorriso que do canto das bocas alheias escorregou para meu coração) como melhor forma demonstrável de afeto.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mo.vida [ou] Ode ao movimento

Eadweard Muybridge 1884-1887

Ver-me em movimento, pela primeira vez ( e não pela última), foi um dia, aquele dia, algo “importante”; meu movimento, importante movimento. Esquisito movimento, belo (?) movimento. O movimento, a flexibilidade, a conotação das palavras daquela língua, a língua humana, que faz o movimento ser belo e esquisito ao mesmo tempo.
O movimento transferido de mim para ele por vias dispersas no ar, daqui até lá. O movimento como passos que sabem aonde ir nas ruas e esquinas sujas do desejo. O movimento como objeto antropológico de estudo, como objeto inerte e constantemente mutável na prateleira das receitas. O movimento que destrói e constrói ao mesmo tempo que rói e corrói tua vida. O movimento que é retido na retina psicótica do observador, que observa, e admirando (ou não) se sente indescritivelmente atraído por tal movimento. O movimento que desafia a gravidade, que é quase uma irrealidade e que não se deixa mentir. O movimento que passa, que foi agora, que perde suas escamas como um peixe que às mudas e as deixa irem. O movimento que não é efêmero, que é guardado secretamente na ‘caixa das memórias secretas’ do tal, o que fica, que se afirma. O movimento, explicáveis ou não, fracos ou não, coloridos ou não, justo ou não. O movimento de tudo que é vivo, e tudo que “é” morto. O movimento que vemos e que não vemos, que se passa enquanto morremos. Os movimentos periódicos, repetidos, inocentes por serem. O movimento como a via de revolução, como liberador de idéias, prestes à serem expulsas do nosso altar interior. O movimento cortante, que dissipa o tempo com navalha de revelia. O movimento como ato para atacar o inimigo, com pedaços de matéria ou pedaços de palavras. O movimento para atrair o outro, com palavras armadas, inocentes, ousadas e cheias de força, desejo. Movimentos interdependentes, de mim para (e com) você e de você para mim, sincronizados, os dois, se completando no movimento. O movimento do corpo uniformemente ajustado e reproduzido por dois. Pernas que se movimentam, lábios IDEM, desejo. O movimento do objeto de desejo. O movimento dos seus olhos, dos meus olhos, dirigidos pelo órgão – Mor em mim, em você. O movimento para chamar a atenção, de um corpo para outro. O movimento do relógio que nos mata à cada hora passada. O movimento dos órgãos que nos habitam, mas que à nós mesmos. O movimento do rio que atravessa aqui e ali, que nunca se repete que é constante e eternamente mutável. O movimento do lápis que é meu e ao mesmo tempo não é, feito por mim, de mim e que, no entanto, não é para mim. O movimento do sorriso que constrói ninhos inocentes em terras inimigas. O movimento do tempo nos desafia que é mais forte que nós e faz com que definhe-mos, ponto à ponto. O movimento das folhas e flores na natureza, resultado do secreto movimento das estações. Folhas caídas, flores nascidas. E tão desavisadamente quanto à verdade, o movimento se afirma, mergulhado em lagos profundos de emoções, ou não. E certeiro, o movimento que não foi, será. Será pintado com cores de esperança e pincéis tênues na boca e na alma. E será, não invencível, mas tão vigoroso que quase se materializar-se-á. Porque somente os inocentes criam vínculos com vagos movimentos. Criam, recriam e permanecem nesse movimento. Um movimento esperado, engraçado, esquisito e quiçá, belo.

À WM. 20/10/08


Roxo, amarelo e branco.

- The Afterglow by John Thomson Dunningm

Sabe quando te dá uma vontade louca desvairada de escrever alguma coisa?(seja por que você ta num momento “bom”, seja porque você ta com “aquela idéia” na cabeça, ou seja, por que você não tem o que fazer mesmo). Pois é, sou eu agora.Queria escrever uma carta... Mas não tenho à quem mandar.Cá estou eu aqui no NACC, são 16h43min do dia 11/09/08, quinta-feira. A biblioteca está vazia, as crianças foram para um parque de diversões. Só ficaram algumas. As quais estão lanchando agora. Um vazio gritante na sala... O rádio toca “Menos abandonado” do Cazuza... “migalhas e restos, me interessam (...) só um pouquinho de atenção, pra um menor abandonado...!”.Acho que realmente preciso de um pouco de atenção nesse momento (não que isso seja ruim). Ou melhor; preciso de uma companhia. A solidão não é pra mim, essa solidão física que me deixa agudamente triste, consternada, com uma vontade de fazer mil coisas... sair, falar com alguém... Enfim... Isso ta parecendo que eu to depressiva; mas não é isso não... é só tédio, que eu tento preencher .. torna-lo de alguma forma produtivo. Eu sei; to numa biblioteca, deveria pegar um livro e ler. Mas já li demais por hoje e meu limite de “concentração/dia” já chegou ao fim. Preciso mesmo é interagir com outro ser humano, me sentir comunicativa...(...)Veja você, (mas, quem é “você”??) que contradição... acabei de dizer que não conseguia me concentrar mais por hoje e estou escrevendo, me concentrando!! (involuntariamente, porém...) Não entendo... deve ser um “tipo” diferente de concentração, né?
(...)
Essa hora (fim de tarde) é sempre, sempre mesmo, uma hora triste, melancólica... Agora imagine a cena;Estou na biblioteca, sozinha, em frente à gigantes janelas de vidro, do 12° andar, vendo o sol se por entre um prédio e outro, escutando Tim Maia cantar... “Me dê motivos, pra ir embora...” A luz que emana do sol agora deixa tudo amarelado, com um tom saturado, como uma fotografia para um filme que se passa na África; sempre “super saturado”, para dar aquela “cor de falta de esperança”... Sei lá. Enfim, acho tudo isso muito triste... Esse conjunto, que quase se faz real em um quadro impressionista imaginário aqui na minha cabeça.E essa música então... Não que eu tenha alguém para cantar “me dê motivos...” ;mas é que ele canta de uma forma tão depressiva, como um trovão de sentimentos! Por falar nisso; no campo sentimental, estou ótima!!! Sem ninguém “pra pensar”... Estranho eu gostar de pensar assim hoje em dia, mas... Is the life, baby!
O ruim só é ver no cinema aquela história linda e olhar do lado e vê que está só. Literalmente. Por falar nisso, tenho ido muito ao cinema sozinha... Estarei eu, ficando anti-social? Acho que não. Agora por exemplo queria alguém para conversar que não fosse essa folha branca e esse lápis roxo da Faber Castell (Por falar em ‘faber castell’, fiquei sabendo um dia desses que ‘faber castell’ em alemão significa “castelo colorido”. Criativo, não?), por ser ele o único disponível no momento.Agora a folha ta acabando com a seguinte trilha no fundo: “e tudo pode terminar assim, como num filme bom”. E é mesmo...Já chega; vou ver a vida e as horas se escorrerem do alto do céu para o horizonte rumo à um lugar desconhecido (onde tudo deve ser amarelo também) e passar o tempo que me resta aqui nessa janela (também) amarela do 12° andar, que não é amarelo; é roxo, como a cor do lápis e da minha letra que agora encerro esse testemunho de vida e (des)prazer. Roxos, amarelos e brancos, deixaram por fim minha tarde colorida.

Por fim ;

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

VMB - 2008


Para começar, Bloc Party fez feio. Fez muito feio...
E receberam no fim uma belo, sarcástico e MUITO bem merecido
“quem sabe faz ao vivo” do Mion e outras tão bem merecidas vais do público.
Confesso que era o show que eu mais esperava, e no entanto fez tão feio.

Segundo detalhe da noite do VMB;
Creio que estamos sentenciados à ter bandas emos no VMB pra sempre.
Incrível como isso [leia-se os emos] vem se mantendo na linha de frente de todos os prêmios aos quais concorriam. Com licença do uso da palavra já usada por Mion; Isso ta parecendo uma ditadura.
Teve uma banda emo que ganhou um mooonte de prêmios (é uma dessas emos; não sei se frresno ou nx zero)!
Até o prêmio do “Vc fez”, saiu pra um clipe emo. Dá licença, ae...
Essa modinha tá (ainda? Sim...) foda, viu?
Mas o pior foi um carinha da “banda emo da noite” dizer:
“- EMO É O CARALHO!!”
Foi triste para a classe deles...

Terceiro ( e não menos importante) detalhe;
Onde estão os prêmios para a Mallu Magalhães????
Goste vc ou não da garota, ele foi e tá sendo uma puta revelação e ainda acho que esse
Ano foi dela (e não da banda emo)!! E no entanto, (novamente) os emos levaram os prêmios dela...
*Comentário-básico-feminino: Que vestido lindo era aquele? Tava linda ! Parecia uma bonequinha! Mais mocinha do que nunca...

Quarto detalhe (só pra constar);
O artista internacional me surpreendeu;
Amy Winehouse não ganhou???? Como assim????? Injuuuustoooo!!
Mas vejamos bem, tinha banda neo-emos na área; Paramore (essa banda é o fim-da-picada...) Então; já era.
Nossa decadente (mas com estilo, como diria Júpiter) lady, dançou.
(Ela tb devia tá muito interessada no prêmio...)

Por último vem o comentário de Mion no fim do show do fresno e xitãozinho e xororó:
“- E quem diria que eles usariam as mesmas calças...”
[Referindo-se as calças empacotadas à vácuo naquelas pessoas....]

E no fim de tudo eu continuo achando que os EMOS compraram a MTV
(Ou comprarão...). Afinal, “emo é o caralho”, não é mesmo?

PS. Não é por nada não, mas o Adnet A R R A S A. .

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Coquetel Molotov 2008


Balanço do Coquetel parte II - Pocket-Shows

Pra começar os melhores shows ainda se concentram nos Pockets Shows na sala cine.
O show de Burro Morto, foi uma surpresa. Sabem fazer um som de qualidade.
O dos meninos (meninos mesmo!!) da Banda do Joseph Tourton, foi uma coisa bonita de se ver;
os caras super novinhos, fazendo um som bem diferente daqueles q estamos cansados de ver nas "bandas de cá". Um instrumental onde se combina guitarras pesadas e delays mirabolantes a sons eletrônicos e elementos suaves como a flauta e a escaleta, sintetizando uma verdadeira turbulência de sensações sonoras.
Garanto; de qualidade.
- Super recomendo -.
A Bandini, eu não vi. Por falta de interesse mesmo, eles fazem uma coisa meio "pós-punk", que não é minha praia. Ouvi previamente o som do moços no myspace e não foi do meu gosto ver o show dels. Ainda bem, porque disseram que não foi nada divertido...
O do Guizado, projeto musical que tem à frente Gui Mendonça, queria muuuito ver, mas não imaginei que taantas outras pessoas queriam também; ou seja, a sala lotou comigo do lado de fora. O som do Guizado não é jazz. Nem tampouco é rock ou hip hop – é, sim, uma colagem original de tudo isso e mais um pouco. Embora empurrado por um pulso quase robótico de tão eletrônico, o ritmo é sempre guiado pelo transe da ancestralidade afro. Confuso, não?
Talvez por isso seja tão bom. Antropofagia, mô véi! ;)
No segundo dia, ainda na mesma sala tivemos:
Pocilga deluxe, que queria ter visto, mas pelo horário não foi possível.
Eles fazem algo de psicopop. É música pop estranha com melodias instigantes que mistura elegância com cafajestice, inocência e a ironia... enfim. Eles tem um pouco da veia [pós?]punk.
O Zeca Viana & a Onomatopéia Bum, foi um sucesso (pra mim, ao menos). Alguns dizem que eles
fazem aquilo que diz-se estar na "moda"; tentar fazer músicas retratando sua infância, a qual provavelmente não teve. Eu não acho isso. Prefiro a definição que o próprio Zeca deu; "são músicas execessivamente carregadas de bons sentimentos que temos na infância e que perdemos quando "crescemos", são afetuosas, são despretensiosas..." E que ainda por cima flertam com a psicodelia de Syd Barrett, Arnaldo Baptista, Tom Zé, Ave Sangria...
O grupo é formado por Zeca Viana (estudante de Filosofia e integrante das bandas Volver e Asteróide B-612) e a Onomatopéia Bum (duas backing vocals engraçadíssimas, teclado, guitarra e flauta). Vale a pena conferir...
O show do Akin, não vi. Ouvi dizer que era um "tipo novo de Rap"... E como nem o novo nem o antigo me interessam, deixei de mão.
O da sueca Club 8, foi um sacrifício pra conseguir entrar. Primeiro eles, (Karolina Komstedt e Johan Angergård, os 2 integrantes) exigiram que todos ficassem sentados. já que era uma sala (de projeção) pequena sem cadeiras, piso nivelado e com o palco um pouco mais alto. Mas depois entrou-se em um acordo pra que ficássemos de pé mesmo, assim mais pessoas poderiam ver ao show. E uma coisa eu digo, gente pra ver, tinha. E muita a fila de espera era imensa (cada pessoa q saia, uma entrava). O show foi bacana, bem low-fi. Estranho o som ter sido tão bom, pq a acústica da sala não é das melhores... Um show bem parecido com o da Hello Saferide do ano passado.

Desde que conheço o Coquetel Molotov que esses Pockets Shows são os melhores do festival.
São promessas que muitas acabam dando certo.


Myspace das bandas:


Club8
Burro Morto
Zeca Viana & a Onomatopéia Bum
Pocilga Deluxe
Guizado
Bandini
A banda do Joseph Tourton
Akin

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

No ar Coquetel Molotov 2008




Balanço do 'No Ar Coquetel Molotov 2008'.
Foi bom. Ano passado foi melhor.

Pra mim, o destaque foi o 'Final Fantasy';
Projeto do Owen Pallet, o violinista do Arcade Fire (q jah trabalhou com com Grizzly Bear, Beirut...)[Ele mesmo!!]onde na apresentação ele toca violino conectado a um sampler controlado por pedais que fazem loops das notas anteriormente executadas.
É liiindoo!!!

''Sua carreira musical teve início na infância, quando começou a estudar música por influência do pai, organista em uma igreja canadense que o instruiu com a audição de diversas obras clássicas. Aos 13 anos, compôs sua primeira peça ao piano. Desde então, o notável instrumentista não parou e se formou bacharel em composição musical pela Universidade de Toronto em 2002.''


Vejam ele; (nesse vídeo ele canta e toca 'Peach plum pear' da magnífica (minha musa) Joanna Newson)
http://www.youtube.com/watch?v=Q02ompQhtY8&feature=related

MySpace do cara:http://www.myspace.com/owenpallettmusic

Downloads dele:http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=6244330&tid=5248545491364756362&na=4
Vale a pena. ;)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Homens e Carangueijos


"É como se o trepidar dos motores tivesse estraçalhado de repente todo o cristal de sua abstração, em cuja superfície o menino via refletir, com uma nitidez impressionante, as imagens do seu próprio ser tomando consciência do mundo. João Paulo, desencantado como se uma onda de tristeza súbita lhe afogasse a alma, suspira forte. E o ar que lhe entra agora pelas narinas já não é aquele ar impregnado dos cheiros cálidos e excitantes dos sertão – cheiro de transpiração do gado, cheiro da bosta ainda quente, cheiro da terra viva em gestação. O que agora sente é um cheiro frio de lama podre, de terra morta em decomposição. Cheiro de carniça da terra que deve excitar o olfato e apetite dos urubus e dos cachorros famintos, mas que deixa João Paulo entorpecido, quase nauseado."


- Josué de Castro

01 de Julho


Sempre q scuto Supercordas fiko triste. Tô scutando, e tô trsite. Mas sabe akela tristeza que você não sabe de ond vem, porque vem, e pra que vem...?! é dessas. O pior é q ela ta gostando d me fazer companhia. Mas sabe tb quando tudo conspira p/ q tu fike assim?! Eh issu tb. Sabe quando tem akele fds q tds seus amigos (até msm os virtuais) saem tds (menos vc), ou seja, vc fik á deriva nessa merda de internet. Sem ninguém pra conversar, dizer como q to. Niguém p/ q eu pssa dizer: "fala cmg! ñ deixa eu só naun! por favor!" sabe qand akela pessoa mais xata do msn te faz a maior falta do mundo?! sabe qnd td mundo vai dormir cedo. e vc tah sem sono. uq t rest eh só, fik aki nessa droga d PC. sabe qnd dá akela vontade d xorar sem parar?! e xorar por tudo e por nada?sabe qnd vc fik rezando p/ q qlqr plakinha do MSN suba e q esse alguem fale ctg? e sabe qnd issu ñ acontece? hj é meu aniversário e ja recebi parabens mto importantes, mas faltam outros q talvez sejam mais importantes que os mais imoportantes. Amanhã ainda no meu niver, mae e pai vão trabalhar, to só c/ meu irmão, minha irmã ñ tah cmg.

Vai ser um dia sem sair da cma ou do PC. tedioso como sempre. ñ sei se speraando alguma mensagem, que não vai xegar, ñ se sperando uma ligação q ñ vai tocar no meus telefones, ñ sei se akele amigo q disse q passaria o dia no msn cmg vai cumprir, não se amanhã vou tah menos triste, ñ sei se amanhã vou tah c/ meus amigos no msn d novo. ñ sei se vai fazer sol (mas axu q naun), não sei se vou comer, ñ sei se vai começar uma outra guerra mundial,

não sei, não sei...
ñ sei d mim.
ñ sei d vc.
e ñ sei d nós.
só q keru saber,
uq hj não sei.

(01/07/07)

Batismo de Sangue


- De um lado jovens idealistas que sonhavam mudar o mundo.de outro, militares e policias que não tinha limites para agir -


"A democracia no Brasil é uma menina que nasceu tardiamente e não foi de parto natural.É hora de conhecermos de fato, brasileiros que fizeram das palavras as ações e de suas vidas, a única arma para resistir."


Há kem diga que para os 'alienados' é um choque.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Hermetismo


Hermetismo: doutrina semelhante ao ocultismo, ao esoterismo e à alquimia, que supõe relações íntimas, correspondências misteriosas entre todas as porções do Universo visível e invisível;carácter do que é incompreensível.


"...em literarura a palavra 'hermetismo', passou a desigmar textos q ocultavem parte de seu significado ou, segundo alguns, akeles textos difíceis, quase impenetráveis.(...) Seria também, por sua vez uma forma de resistência da imaginação criadora e ancestral q parece reger a poesia, contra as imagens descartáveis e efêmeras do mundo contemporâneo, de certo pós-modernismo-conformista..."(Fábio Andrade)


-Inventário

O armário
esconde coisas insuspeitadas:
sol
nudez
tintas
- esta coleção de peças íntimas.
O armário esconde ideogramas e
sedas chinesas
e,
num canto escuro,
uma letra.

Micheliny Verunschk.
(Foto, IDEM.)

~Isso tudo tem se mostrado tão atraente quanto a vida.E toda essa linguagem mágica parece não sabero limiar entre o real e a ira cintilante da metafísica...é capaz de destruir-me, como "Olhos que passeiampelo boulevard, pegam o bonde" e jamais voltam.Entretando, é tudo o que há no mundo.

sábado, 13 de setembro de 2008

única


O que se teria por fim de recompenssa?
bastaria um céu azul e o mar em sua plenitude?
toda a maestria barroca em edificações seclares carregadas de história (histórias nossa)?
Bastaria uma bandeira hasteada tocada pelo vento ?
que ao mesmo tempo sopra no meu rosto e misturado com alguns pingos da chuva
que está por vir (e vem).
Aos poucos ela fará desse momento, um único.
Um só; incapaz de se repetir.
Até mesmo aqui.
Ainda que um dia eu tenha como recompensa um céu de infinitos azuis, um mar com sua plenitude e seus vários tons, a maestria barroca aos meus pés, uma bandeira brasileira hasteada tocada pelo mesmo vento inquieto que me esvoaça os cabelos e o pingo de chuva transbodante. Mesmo com tudo isso não seria o mesmo.
Pois ele é único a partir de agora.
Como esse lugar ; único.
( Raíssa - 05/09/08 / Olinda )

Matisse


Matisse tá em tudo.
tá nas camisas,
tá nas músicas,
tá no outdoor,
tá até nos prédios!
Enfim, Matisse tá na moda.
Ou será que é a moda que está em Matisse?
( Raíssa - 12/02/08 )

Em expansão




O universo em expansão;
se inspire...
crie o silêncio que por ventura, não há;
escute-o.
Veja as horas correrem no tempo,
tenha idéias, crie, imagine...
Tenhas o coração á saltar:
inspire cada gota de ar.
Respire - inspire.
Deixe-se expandir.
Como o universo em expansão.
( Raíssa - 02/04/08 )

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

1984 - George Orwell


"... no campo de batalha, na câmara de tortura, num navio que naufraga,as causas por que lutamos são sempre secundárias, esquecias,porque o corpo incha, se infla até ocupar todo o universo, e mesmo quando não nos paralisa o medo, nem gritamos de dor,a vida é uma luta, minuto a minuto, contra a fome, o frio,a insõnia, contra uma dor de estômago ou de dente."

"...sob a mesa os pés de Winston fizeram movimentos convulsos. Não se movera do lugar, porém meltamente estava correndo às pressas diante das notícias de vitória.Tornou a olhar o retrato do Grande Irmão, O colosso que dominava o mundo! A rocha contra a a qual as hordas da Ásia debalde se haviam arremessado!Havia dúvida em seu coração quanto ao caráter da notíca da frente da batalha:vitória ou derrota. Muita coisa havia mudado nele, desde aquele primeirodia no Ministério do Amor, porém a transformação final, salvadora,não se registrara até aquele momento.Levantou a vista para o rosto enorme do Grande Irmão. Levara quarentaanos para aprender que espécie de sorriso se ocultara sob o bigode negro. Duas lágrimas cheirando a gim escorreram de cada lado do nariz. Mas agoraestava tudo em paz, tudo ótimo, acabada a luta. Finalmente lograra a vitóriasobre si mesmo. Amava o GRANDE IRMÃO."


"Se queres a imagem do futuro, pensa numa bota pisando um rosto humano - para sempre."
"Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força"

George Orwell - 1984.


Preciso dizer alguma coisa?
-ah sim, preciso!

- O grande irmão zela por ti. E q o Grande Irmão traz a modernidade para dentro de nossas casas. Nosso sistema capitalista funciona como um ditador invisível, que controla a vida de todos com a "liberdade vigiada", em que as pessoas são induzidas a crer que são livres e que podem fazer suas próprias escolhas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A culpa é do Fidel (La faute á Fidel) - França


La faute á Fidel (A culpa é do Fidel) (França - 2006)

Com apenas 9 anos uma garotinha faz descobertas fantásticas, e vive duas realidades polítcas totalmente distintas; capitalismo (seus avós) X Comunismo (seus pais) ela tem suas dúvidas, receios, convicções e que convicções!!) e sua vida totalmente envolvida na situação política daquela época (1970), qndo seus pais se envolvem com a cena política do Chile, depois de perder dois membros da famíla com o regime do msm.
Vive, o que poderíamos chamar de dilema entre Cap. X Soc. .Mas no fim, ela 'consegue' fazer sua 'scolha'.
A última cena consegue trazer toda a beleza da infância da garota; desde seu primeiro contato c/ o comunismo, até sua relação final com o mesmo.
Td isso de uma forma metafórica e lúdica.
A cena mais linda. Sem dúvida; a última.

Um filme sensível, com cenas engraçadíssimas (e inteligentes), que trata de infância e política com a mesma delicadeza.Isso sem falar na interpretação da garotinha. Perfeita. Além de ser lindíssima, um olhar daqueles![O irmão dela tb eh mtooo fofo!]
Ah, a trilha sonora tb.. perfeita.

Um diálogo do filme:

-No carro estacionado numa rua de Paris, Anna e François estão esperando seu pai, que os deixara por alguns minutos pra resolver algum assunto na Embaixada do Chile. Quando um policial, caminhando pela rua, se aproxima do carro, eles se escondem:

F: Depressa, se esconda, um policial!!! Abaixe!

A: Cuidado com meu pé!

F: Se ele se aproximar, jogará napalm em nós?

A: Não, napalm só é usado nas guerras! Eles torturam com napalm durante os golpes. Mas não as crianças.

F: Começará uma guerra nuclear?

A: Está confundindo tudo. São os barbudos que começam guerras nucleares. Como a Filomena disse, eles são vermelhos e barbudos. Você entendeu errado.

F: Papai Noel é vermelho e barbudo.


A massai branca (Die Weisse Massai)


'A Massai Branca' - (Alemanha - 2005).

Baseado em uma autobiografia original da escritora Suiça Corinne Hofmann. Em férias no Quênia, Carola decide deixar seu namorado para ficar com um guerreiro da tribo dos Massai. Ela tem que se adaptar à maneira de vida da tribo e eskecer toda a sua "vidinha européia".Não é nem preciso dizer que que no fim tudo dá errado. Coisas que nenhum tipo de antropologia poderia explicar ( ou que qualquer mané pode entender).


(Linda fotografia..)*

Um beijo roubado (My Blueberry Nights)

Imaginem um filme com esse elenco:

Norah Jones
Jude Law
Natalie Portman
Rachel Weisz e
Cat Power
Agora imaginem uma fotografia marcada pela saturação das cores e um pequeno exagero (positivo*) de cenas com camera lenta, muitas cenas ond a ação parece sempre separada por vitrines, por janelas e as personagens são vistas por obstáculos ou por viés, em meio a outdoors, luzes piscando (Las Vegas) e muito colorido, q qndo vemos, sabemos q traz uma carga de tristeza ao filmeAgora uma direção de Wong Kar-wai, aquele mesmo de 'Amor a flor da pele'.

Agora uma trilha sonora com:
Cat power
Norah jones
Hello Stranger
Ry Cooder

Pois é; resultado, um lindo filme. Bonito de se ver.
"Nos últimos dias tenho tentado aprender a não confiar nas pessoas, mas ainda bem que falhei. Às vezes olhamos para as pessoas como se elas fossem um espelho que nos reflete, e nos mostra quem nós somos. E cada reflexo me faz gostar de mim mesma um pouco mais."




segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Liberdade


Perceber aquilo que se tem de bom
no viver é um domDaqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar eu vou
De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade
- Marcelo Camelo
Foto: Pierre Verger.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Abobrinhas


Hoje minha vó olhou pra mim com 4 abobrinhas na mão e disse:
"-Faça elas como você quiser."
Eu disse:
"-Ta certo..."


Enquanto isso, um poema do Skylab girava na minha cabeça e zumbia no meu ouvido.
Ta ai ele.



ABOBRINHAS.

Recheadas com carne, vão ao forno
e podem ser servidas com arroz e feijão.
Uma forma criativa de usar legumes,
as abobrinhas, além de tudo, são decorativas.

Podem também ser servidas em rodelinhas,
como entrada, e banhadas no azeite.
Para não mencionarmos o entulho
- sopa de legumes na qual têm presença certa.

Fim de século. Três horas da manhã.
Muito mais menos do que mais.
Pensando bem: à bancarrota.
Sem jamais perder a elegância.
Eu elejo elas - as abobrinhas -
o sentido da minha poesia.

-Skylab


Ainda não sei o que fazer com as abobrinhas...
Assadas, recheadas, fritas, à bancarrota, decoradas, em rodelinhas...?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A poético do arroto.


A poética do arroto consiste
numa massa de ar condensada.
De dentro pra fora, explode-se.
De repente, desmancha-se.

Então, a gente sente um alívio imediato.
Como se flutuássemos, a gente
nem mesmo repara. E continua.
Incansável, ao sabor dos dias.

E vamos carregando nosso fardo,
pelo qual muitos se preocuparam
e construíram teorias interessantíssimas.

Esse arroto, no entanto, eu traduzo.
Hieroglifo ? Pós-modernismo ?
Esse arroto significa poesia

- Rogério Skylab

Desavisadamente


Você que, desavisadamente,
como quem escorrega numa casca de banana e cai,
se encontra aqui, defronte a mim,
a mente e o coração vazios.

Sei o quanto isso te amola.
Sei também quanto teu tempo é precioso.
Mas espera um pouquinho.
O soneto já vai acabar.

Estamos entrando na reta final.
Viu como nada disso te faz mal ?
Creia em mim.

Estamos nos últimos momentos.
Não quero dizer coisa alguma
senão "muito obrigado, até nunca mais ".


- Rogério Skylab


Fez-se assim no princípio...