terça-feira, 13 de agosto de 2013

venho dos teus braços, não sei onde vou

Amo-te assim; desse jeito todo errado e confuso. Mas te amo assim, porque nao sei outra maneira.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Acerca de un regreso sin puerto y lleno de hueco.



Voltar.  Chegar em casa.
Chegando...chegando...cheguei. Chovia muito e ao cair da noite, fui me dando conta que era um chegar sem porto. Não havia minha casa, minhas coisas, nem sequer, quem eu extranhava. Foi como abrir uma caixa de surpresa e se deparar com um imenso vazio pairando no ar diante dos meus olhos. Todavia estava eu também pairando, sem casa e outra vez, sem destino. Foi então que me dei conta  de que agora, meu lar sou eu e as pessoas que amo.

E que mesmo quando sozinha, posso me encontrar dentro de mim.

Mas me encontro e me perco infinitas vezes no meu próprio vazio, semeado por mim, ou por outros. E quando isso cresce, dentro de mim também crescem resistência e uma ligeira adaptabilidade a tais situações tão cavernosas. Adaptabilidade esta, mais instintiva que buscada. Mas ao longo desse processo, ainda escapam frexas de luz que me chegam aos olhos desarmados, e que quando não me cega, arde como quem tem toda a água do mar nos olhos, pulsando y fluindo de dentro hacía afuera. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

a noite que perdi minha alma

Era como se tivesse sido uma viagem astral. Ela tinha certeza de que aquilo acontecia de fato, naquele momento, e ela estava ali. Ela via tudo e nada, como quem observa pra dentro de um espelho e não vê nada além de seu reflexo, mas sente muito, muito mais além daquele reflexo.
Ela acompanhou os passos dele naquela noite, sentia sua presença (tremia de vontade de tocá-lo) e quase, seu cheiro. Viu o sorriso dele refletido no rosto de outra e no momento de carinho fechou os olhos e sentia aquilo como se fosse nela.

Naquela noite, seu espírito, por vontade própria, havia decidido encontrar o espírito dele, o qual ela tanto precisava.
Mas o que houve, não foi um encontro de almas e sim um desencontro.
Mesmo assim, ela ficou ali do lado dele toda a noite, invisível. Curando sua alma da saudade dele.




Hoje eu acordei, e senti um imenso desequilíbrio entre corpo e alma. Só depois de alguns minutos, percebi que minh'alma chegara aos poucos em mim, carregada de uma tristeza que só depois vim entender. Mas ainda com um amor que não cabia na noite de sua pobre alma.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012



Depois de tudo aquilo que acabara de acabar para outras coisas começarem, ela começou a esvaziar o ambiente, deixando espalhado pelo chão, tudo que ela não queria mais. No final do dia, dentre tantas outras coisas, achou um vestido da mãe e um buquet de flores de fita de cetim. Vestiu-se nele, e segurando o buquet sentou-se, porque o peso da saudade pesava em seus olhos e em seus ombros.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A falta da clave de sol




7:50 AM
Acordou 10min antes do despertador. Ainda teria 10min pra dormir. Mas hoje é segunda-feira e ela precisa de ânimo para que a semana seja breve e leve, muito leve. Mas outra coisa na sua cabeça não a deixa dormir os 10min "extras". Mas também ela não se levanta. Vira pro lado direito de fora da cama, e fica olhando a imensa porta branca de fórmica de seu armário, que está a menos de 50cm de seus olhos. Enquanto fita o branco, possíveis problemas passam por ali, como se fossem um filme que se enuncia cena a cena num prenúncio de frenéticos 30segundos, num misto de lapsos do passado e do futuro.
E assim ela fica por mais 15min além dos 10 que se permitira.
Seus olhos que nunca foram muito grandes, nesse dia levantam-se arregalados, tensos, cheios d'água e preocupados, como quem quer chorar. E de tanto querer, ela deixou eles chorarem, porém debaixo do chuveiro, pra que assim como a água do chuveiro, as lágrimas corram ralo a baixo e nunca mais voltem a ser choradas. No banho de água quente (não teve coragem pra água fria, apesar do calor que fazia), deixou-se quedar longos minutos de reflexão entre ela mesma e a água que percorria seu corpo e fazia dela alguém mais crente. Mas ela não entendia essa crença, se vinha dela mesma ou se era nela mesma; como uma fonte.

Fonte.fonte que nunca seca.Seca a lágrima que vem da fonte.Mas da fonte que nunca seca, vem mais uma lágrima, que em breve seca, mas logo será substituída por outra, que também secará . Só a água do mundo secará. Fecha a água.

Fechou o chuveiro, se enrrolou na toalha e correu pro quarto, onde ficou debaixo das cobertas, tremendo de frio. Mas aos poucos a aérea esperança foi tomando conta da sua cama, e o peso mais pesado foi transformando-se aos poucos em andorinhas. E as andorinhas brotavam de sua cama, debaixo do colchão, debaixo da cama, de dentro dos travesseiros, de dentro do armário, de dentro da porta, do computador, das roupas, dos sapatos... De repente sua cama estava cheia delas. E ela, só com os olhos de fora, mirava tudo aquilo e já esboçava um leve e assustado sorriso. As andorinhas cantavam, cantavam; seu canto ecoava dentro do quarto estremecendo as paredes e assim a menina começou a ficar também frenética. Ainda desnuda, pulava em cima da cama batendo asas, piando como fazia quando era criança, sorria e cantava com as andorinhas, tentava imitar seu canto. E aos poucos, centenas de andorinhas subiam e desciam nas correntes de ar dentro daquele quarto. Alçavam vôo e aterrissavam por todos os lados, e assim, ensinavam a menina a voar e cantar com elas. Ela ensinava sobre as cores, primárias, secundárias, terciárias, tons pastéis, bordô, vermelho, azul, amarelo crespúsculo.... 
De repente, estava tudo colorido. A menina pintava uma a uma as andorinhas e as andorinhas, também felizes por terem novas cores, pintavam a menina por todos os lados, fazendo cócegas e deixando-a rolando no chão de tanto rir, enquanto se enchia de cor, e de asas, que as andorinhas pintavam em suas costas, em seus pés, suas mãos, seus olhos, seus dedos. Asas em tudo que  elas poderiam imaginar. 

(Assim você encontraria o quarto daquela menina que acordara tão triste naquela sgunda-feira; eram cores, pássaros e uma menina. Cores em todos os lados, na parede, no teto, na  porta branca do armário de fórmica; pássaros coloridos, azul, rosa, lilás, amarelo, verde, verde claro, verde musgo, verde abacate...e uma menina, nua e colorida, cheia de asas no corpo, asas coloridas e melhor ainda; pintada por andorinhas tão coloridas quanto ela agora). 

Até que ela se deitou na cama colorida; peito e olhos pra cima, enquanto mirava os vôos das andorinhas, altos e baixos, rápidos, lentos, sublimes. Enquanto as observava, seu corpo quicava na cama de tanto rir daquilo que acontecia, era uma felicidade que estremecia por dentro. Aos poucos, ela sente bicadas por todos os lados e quando vê, está flutuando de verdade. As andorinhas à levantaram e queriam levar ela janela à fora. Ela aceitou e deixou-se levar. Mas as grades da sua janela (impostas pelo medo) não a deixavam passar. Assim, ela racionalmente pensou em sair pela porta e encontrá-las na rua, onde seria levada pra algum lugar, não importava onde. Tudo combinado, então as andorinhas começaram a bater voo e sair uma a uma pela janela para se encontrarem na rua com a menina. Enquanto isso, ela abria a porta do quarto, corria no corredor, abria a porta da casa, descia as escadas, abria todas as portas que a prendiam naquela casa. Até que chegou na rua às carreiras, igualmente nua e colorida, e via as últimas andorinhas saírem de sua janela. Gritava pra que elas a vissem ali e a levassem.

Mas viu apenas as andorinhas tecerem uma longa rede, muito além dos fios tensos da pauta de metal... um longo caminho rumo à um lugar desconhecido.
Só se via onde começava e as cores com as quais foi tecida, mas seu fim, se perdia dentro da imensidão do céu azul daquela cidade, numa segunda-feira de manha, como todas as outras.

E lá estava ela na calçada, com a mão direita de pára-sol, buscando um fio perdido pra que ela subisse naquela teia e saísse dali. Mas não encontrara nenhuma brecha deixada pelas andorinhas. Nenhum fiapo de linha, colorida ou nao, fora deixada para que ela subisse ali. Então ela olhou para si mesma, e ainda estava colorida e cheia de asas por todos os lados, por dentro e por fora. Sorriu, e fechou os olhos pra sentir o primeiro pingo da chuva que o céu prenunciava. Choveu, sentiu, sorriu, e manteve os olhos fechados.
Ao sentir o sol novamente esquentar sua cabeça e seus pés, abriu os olhos e já não se via colorida, nua e cheia de asas. Estava vestida de tênis, calça, blusa e despida de cores e asas. Só lhe sobrara algumas cores roubadas que ainda coloriam seu sonho, que se retorcia e batia asas dentro da mão esquerda querendo sair.

9:45AM
Ela colocou os óculos escuros, um sorrido no rosto e segiu. Estava 1h45min atrasada pro trabalho, numa segunda-feira que já não era como outra qualquer; havia ganhado um sonho em cores, e o tinha nas mãos, louco pra escapulir entre os dedos e sair voando.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

À casa que faz farinha na minha memória.

Parece que alguns lugares guardam pra sempre algumas memórias.
Só de pensar em certos lugares ou sentir certos cheiros, carradas de memórias invadem minha cabeça e chego a ter medo do tanto que sinto aquelas memórias vivas dentro de mim. é como se por um segundo, eu pudesse estar lá novamente, e pudesse ficar presa no tempo passado. Por isso o medo de pensar demais nelas.

Outro dia sonhei com o caminho que separa a cada de minha vó, da Casa de farinha dela. Sonhei no estilo memórias do filme brilho eterno de uma mente sem lembrança.

Parecia que eu era criança novamente, com todos meus primos, estava naquele lugar brincando de alguma coisa que nos fazia correr em volta da enorme casa da minha vó. Quando me cansei, fui ao caminho da casa de farinha, caminhando como quem caminha pra um lugar que quer muito rever. Já não era a criança que brincava com as outras, era uma mulher de 24 (ou 25) anos, que se dirigia à um lugar que florescia de memórias suas. Tinham as palmas, as pés de laranja, as galinhas escondidas, o pé de mamão, acerola, limão...
e pra entrar, eu batia na porta de baixo (era porta e janela) e ficava na ponta do pé pra alguem me ver e vir abrir, pois minha mão passasava longe de alcançar o ferrolho. De dentro, a casa de farinha, sem energia elétrica, era iluminada apenas pelas frexas de luz do sol que rasgavam a escuridão que tinha cheiro de mandioca e esquentava mais do que o próprio inferno, como dizia minha tia fresca, sobre aquela casa de farinha. Era quente pra burro, mesmo! Lembro que num dos cantos, tinha um grande tabuleiro redondo de pedra, de uns 15m de diâmentro, onde se colocava a farinha pra secar, ou algo do tipo. Esse tabuleiro redondo tinha cerca de 1,5m de altura e de baixo dele, colocava-se a lenha, ou seja, era o forno de "assar" a tal da farinha. 
E nesse mesmo forno, quando não havia farinha assando, a gente colocava um banquinho, e subia lá. Só pra ter uma ângulo com-ple-to do lugar.

E as máquinas que tinham ai dentro da casa de farinha? umas qe tinham 3 ou 4 vezes minha altura, com engrenagem pra lá, engrenagem  pra cá...nunca entendi direito. Mas parecia mágica o que elas faziam.

Foram vários finais de semana que participei de tal processo de fazer farinha. Claro, como criança curiosa, atrapalhava muito mais que ajudava, mas o prazer de descobrir aquilo tudo e ajudar a fazer a tal da farinha, fazia com que minha mãe até deixasse eu ir pra lá as vezes.
Descasquei algumas mandiocas, ralei outras e até mexi a farinha que tava no forno assando. E só voltava feliz quando voltava com a farinha quentinha numa trouxa de pano de prato pra levar pra casa, como a farinha que nós (eu e minha irmã - sempre) ajudamos a fazer.

E nesse caminho de volta, com a farinha na mão, olhava pras palmas e sempre pensava inquieta e revoltada:
"como as vacas podem comer esse negócio cheio de espinhos??"






Acho que hoje, entendo o porque das vacas comerem palmas e até entendo como gostava tanto daquele lugar quando criança.

Só não entendo como é possível que muitas coisas sejam muito belas, quando apenas em nossas memórias.



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Uns diriam preguiçosa


Não quero uma casa confortável pra morar, nao quero ter pra onde voltar nem porto seguro demais pra me segurar mais do que o meu tempo me permite. Não quero as horas atras de um vidro, pulsando e me controlando, quero as horas que se escondem na forma de que o vento levanta a areia na praia, quero as horas presas no imperdível minuto de cada crepúsculo; quero descobrir a hora dentro dos crepúsculos, dentro de cada um deles. Quero todos os crepúsculos, a toda e qualquer hora.
Quero acompanhar o tecer de uma teia, tecendo teias de pensamentos, úteis, inúteis, desmedidos, dentro e fora das horas. Quero dar boas vindas ao sol, a primavera, aprender a lidar com o outono e com o inverno, saber reconhecer neles, meu tempo. 

Quero redescobrir a beleza de encontrar beleza em tudo, a todo momento, quero aproveitar cada segundo de todas as belezas e dentro delas descobrir novas horas, recalcular minutos e aumentar os segundos. So quero que meu tempo seja meu, e não me importa ter que abrir mão daquele maldito contador de horas que me faz despertar toda manhã, fora de meu tempo e contra meu tempo. Quero que as horas dentro de cada contador, explodam em suas caras, arranquem seus olhos, minuto a minuto, quero que os ponteiros entre por suas narinas e percorra todas as suas veias, rasgando-as suavemente. Quero todo o desespero possivel corroendo seu cérebro, derretendo suas paupérrimas curvas cerebrais. Quero que esse contador te destrua por dentro e por fora, quero que ele coma suas felicidades, seus crepúsculos, quero que ele coma toda a areia de sua praia. Quero que ele arranque suas unhas, corte seus dedos, te deixe jorrando sangue até em pensamento.
Quero a completa destruição de todas suas horas, vividas e por viver. Quero o caos instalado nesse contador.
Quero que voce perca cada vez mais e mais, esse tempo que já nã é seu (já nascemos sob a navalha do tempo), aliás, que nunca foi seu, mas que te consome agressivamente.

Quero devolver ao pombo que acabo de ver morto, as horas nao vividas da primavera, que se inicia essa semana. Quero que de suas asas, surgam garras, para que assim se agarre no tempo que há dentro de cada um de nós, um tempo próprio, que nos torna imortais perante o tempo real, perante a ordem do caos.

Quero de volta cada minuto perdido na frente desse computador, enquanto lá fora incontáveis gotas caem no chão, fazendo sempre "ploft-ploft". E a gente aqui dentro, chovendo por dentro enquanto se quer estar na chuva do lado de fora pra arrancar de dentro essa chuva que só faz me resfriar.

t i c ....................................................t a c

basta um instante e voce ja perdeu tempo o bastante entre o "quero" e o "não quero".

Notas de numa fritação na FITO

Ao longo do último FRITO, digo, FITO, descobri que: 
No início; era apenas o Big Bang. Depois vieram as Big Bands e só então; o Big-Big. E pra completar, descobrimos o numero de Deus e não temos coragem de telefoná-lo pra lhe contar que a matemática é a linguagem da natureza, e que seus planos pra linguagem humana, falhou, e nós precisamos de uma furadeira antes que...antes que a ordem do caos se estabeleça e nós voltemos ao Big Big e não ao Big Bang.