terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal - de Selton Mello


Um homem de meia idade na época de natal ( que é mostrada duramente como época de hipocresia, e eu cocordo com isso) faz uma tentativa (frustrada) de
reaproximação com sua "família", e tentar talvez
com isso espantar de vez os fantasmas do seu passado.é um cara que leva a vida meio lá meio cá e que tem uma família totalmente desestruturada;um pai que o odeia, uma mãe depressiva e quase "louca", um irmão q tem um casamento que está aos
pedaços, e dois sobrinhos que crescem de forma inevitável, nesse ambiente ensurdecedor de tão gritante por ajuda.

O filme foi muito esperado por mim, confesso.Mas confesso tambem que foi decepcionante.Esperava tão mais dele...Não que o que eu esperasse fosse um filme de humor, ondeele reproduziria em seus atores os resquícios dos trejeitosdo Chicó, por exemplo. Não, não era isso.Mas depois de ver alguns curtas dele e depois de ver O cheiro do ralo, dava pra esperar bem mais.O tema não foi tão supreendente, e sim a pouca profundidade.Tudo bem que, como ele mesmo disse; "era pra ser um filme forte, carregadode emoções, onde elas deveriam ser escrachadamente mostradas", mas isso ñ quer dizer que também pudesse ter um pouco mais de vigor.

E por falar em vigor, nada foi melhor do que ver Darlene Glória tão vigorosa naquela tela de cinema.Nada melhor pra mim q pouquíssimas vezes tive a oportunidadede vê-la em "cena".Acho que não existia ninguém melhor para tal papel;uma mulher, depressiva, entregue à remédios e ao álcool,que muitas vezes tem espécies de surtos. [A cena que ela dança sozinha no quarto e depois se suja de batom e lápis de olho, se derrama no chão como uma derrotada em profundo êxtase, é de provocar uma comoção espontânea. ]
a atuação da darlene glória (a eterna Geni) remete muitoaos filmes de cassavetes; pele, suor, as melhores expressõese uma realidade visceral e angustiante.Aliás, acho que o Selton bebeu até demais na fonte do Cassavetes.É tudo tão próximo dele...Onde toda a angústia do mundo transborda pela tela,e vc é capaz de até adentrar em todas aquelas cenas onde a câmera parece penetrar na pele dos atores, de tão perto que stá,e seguir a linha nada reta que a mesma faz, deslizando no ir e vir de cada um.
DO jeito que ele mostra todas as dores mais íntimas dos personagens, de uma forma nua e crua, é inevitável não nos remetermos à Cassavetes.

Outra coisa... essa história de "dramas familiares", de famíliasdespedaçadas, destruídas, detonadas, destroçadas já tá um "Tema"um tanto quanto batido" ao meu ver.Mas, é sim, um tema bem interessante de se trabalhar, onde as possibilidades de explorar o msm é indimensional.E por falar nisso, ele poderia ter desenvolvido bem mais a históriae quem sabe até ser menos "cassavetiano".

Esse filme me lembrou muito, de cara, outro;La dernier des foutes - O último dos loucos.Perfeito. Mas esse é outra história...depois falo dele.A mesma temática é desenvolvida em ambos, sendo o segundo bem mais visceral.

No mais, a fotografia é linda.
A trilha também, muito linda.
das cenas mais tensas tiveram outro ar com a trilha do Plínio Profeta.
Arrrasou.
E o elenco tá lindo, repleto de estrelas que brilharam no passado mas que mostraram que ainda estão bem vivas.

2 comentários:

Julio Melo disse...

deixei um coisinha pra vc no meu blog, bjo
feliz natal

e.m. disse...

quero ver esse filme!

bj, eder